Uma das prioridades da gestão de Romeu Zema (Novo) é a entrega das estatais mineiras para a iniciativa privada, entre elas a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Confira o especial do Sintaema contra a privatização da Sabesp!
Em junho, a gestão Zema finalizou o projeto de lei que prevê a privatização da Copasa e indicou que a proposta seria enviada para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debate e aprovação.
Segundo informações da Secretaria de Governo de Minas Gerais, o projeto apresenta duas hipóteses: a venda de toda a participação do Estado na Copasa e, em outra, o modelo “corporation”, o mesmo utilizado na Eletrobras.
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Experiências de privatização de empresas públicas desse setor ao redor do Brasil demonstram que, além do serviço não melhorar, a população é duramente impactada. Aumento das tarifas, deterioração do serviço e queda na cobertura são algumas das consequências.
Separamos algumas das experiências negativas no Brasil de privatização do saneamento:
Minas Gerais
Em Ouro Preto, município da região Central do estado, moradores lutam pela remunicipalização do tratamento e distribuição de água. Eles relatam que, desde que a empresa privada Saneouro passou a ser responsável pelo serviço, a população convive com cortes de abastecimento, cobranças de tarifas abusivas e a péssima qualidade da água.
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Rio de Janeiro
Ao considerar as experiências de outros estados do país, os efeitos da privatização também foram ruins. No Rio de Janeiro, por exemplo, após a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), o percentual de tratamento de esgoto caiu 7% entre 2020 e 2021. Além disso, cresceu a quantidade de reclamações por falta d’água.
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Amazonas
Em Manaus, onde o serviço é privatizado há mais de 20 anos, a realidade, segundo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2020), é de 80% da capital amazonense sofrendo com falta de esgotamento sanitário.
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Tocantins
No Tocantins, a privatização da Saneatins em 1998 também gerou consequências negativas, fazendo com que, em 2010, o governo do estado começasse a buscar a reestatização do serviço. A empresa voltou a ser pública em 2013.
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Para o Sintaema, os exemplos acima deixam claro que a privatização só irá piorar a vida da população, violará um direito humano e colocará em risco a saúde e a vida de milhões só para favorecer a sanha privatista de alguns setores.
“Nunca devemos esquecer que é o lucro que move as empresas privadas. Não há preocupação com acesso pelos mais vulneráveis e não existe preocupação em resolver o saneamento enquanto direito social. Por isso, o Sintaema está em luta contra o projeto de privatização de Tarcísio de Freitas e se soma à luta dos urbanitários do Brasil contra essas experiências criminosas de privatização e contra propostas como a Zema para a Copasa, em Minas Gerais”, afirma a direção do Sindicato.
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*Texto com informações do Portal Brasil de Fato MG